Total de visualizações de página

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O teatro da vida real...

Quando estamos assistindo a uma encenação, é algo tão real que conseguimos atingir, na maioria das vezes, o objetivo da peça. Nós, plateia, entramos na história, assumimos o papel de narrador onisciente, pois fazemos especulações sobre todas as cenas. Queremos antecipar o final com meros "achismos".
Quem disse que para ser ator precisa ter curso?
Atores, cada ser vivente que liberta o seu eu lírico interno, seja ele um Orfeu, uma Madrastra ou uma mera Cinderela, o que importa é atuar... simplesmente atuar.
Liberte-se, voe com Hermes, peça os truques de Ícaro, no labirinto não haverá Minouro algum, nem um tirano Minos proibindo-o de retornar para sua pátria...
Truques de encenação não há, somos atores e plateia do nosso próprio show, erros e acertos também fazem parte, até improvisos são bem-vindos. Tragédia grega ou brasileira, tanto faz, plurissignificação, mimese, verosimilhança não podem faltar. Como dizem os clichês cotidianos, somos 8 ou 80, tudo na nossa vida são relações lexicais de oposição ou equivalência, um verdadeiro jogo de antonímias e sinonímias... Se alguma condição de felicidade faltar-lhe ou alguma máxima ficar ausente, o importante é não romper com a face positiva.
Somos atores anônimos, sim, mas vivemos como poetas eternamente apaixonados. O paradoxo de Camões, as cantigas de Dinis e os sonetos de Morais não seriam capazes de explicar esse amor atento e com tal zelo...
Somos meros atores, onde nos bastidores do anonimato cada ser vivente liberta o eu lírico que os torna atores da vida...

Nenhum comentário:

Postar um comentário