Total de visualizações de página

sábado, 30 de julho de 2011

Um cadáver de poeta ...

" Levem ao túmulo aquele que parece um cadáver! Tu
não pesaste sobre a terra: a terra te seja leve!"

 I  
De tanta inspiração e tanta vida
Que os nervos convulsivos inflamava
E ardia sem conforto...
O que resta? uma sombra esvaecida,
Um triste que sem mãe agonizava...
Resta um poeta morto!

Morrer! e resvalar na sepultura,
Frias na fronte as ilusões — no peito
Quebrado o coração!
Nem saudades levar da vida impura
Onde arquejou de fome... sem um leito!
Em treva e solidão!

Tu foste como o sol; tu parecias
Ter na aurora da vida a eternidade
Na larga fronte escrita...
Porém não voltarás como surgias!
Apagou-se teu sol da mocidade
Numa treva maldita!

Tua estrela mentiu. E do fadário
De tua vida a página primeira
Na tumba se rasgou...
Pobre gênio de Deus, nem um sudário!
Nem túmulo nem cruz! como a caveira
Que um lobo devorou!...

Na doce Lira dos Vinte anos é onde encontro-me... perdida nesses amores, perdida nesse mal-do-sécuro...
Quantos sonetos e liras serão necessários para expressar tamanho sentimento? O Tempo é o nosso maior fardo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário